No ano de 1975, em Porto Alegre, um grupo de recém-casados, animados pelo Mons. Atílio Fontana, vigário da Paróquia São Pedro, cujo Pároco era o Pe. Zeno Hastenteufel, resolveu realizar um encontro de fim de semana para pensar um pouco sobre suas vidas e seu matrimônio. Assim, nos dias 4 e 5 de Agosto de 1975, na Vila Betânia, foi realizado o primeiro encontro, com a participação de 11 casais. A situação do momento em que viviam, os problemas que os angustiavam e a ânsia de soluções concretas, levou-os a dedicar dois dias para um estudo mais aprofundado da vida e do amor que unia cada casal. A maioria dos casais vivia apenas uma religiosidade comum, sem compromisso com o seu batismo, sem engajamento com a comunidade paroquial, no início da sua vida matrimonial, aprendendo a serem esposo e esposa.

Outro detalhe que igualava a todos era a situação financeira, pois estavam iniciando a vida de casados, sendo que muitos ainda estavam estudando. O dia era sempre uma corrida contra o tempo e apenas a esperança de dias melhores levava-os a prosseguir na caminhada. No entanto, estavam insatisfeitos, buscavam algo mais para suas vidas, não somente uma realização profissional ou pessoal, mas algo que permanecesse aceso em sua vida matrimonial.

Os primeiros momentos de intensa felicidade no casamento já tinham passado e uma leve rotina começava a persegui-los. Surgiram os primeiros problemas, frutos talvez de um desajustamento e da falta de conhecimento do parceiro. Estes casais, no entanto, tinham uma certa ligação com a Igreja, pois participavam da missa esporadicamente, mas sem nenhum compromisso com a religião ou com Deus.

Foi nesta situação que os onze casais se encontraram na Vila Betânia, em Porto Alegre. Ali, na simplicidade de um encontro, começaram a rever certas posições, encontrar novos caminhos e, sobretudo, a encontrar com Cristo. Foi uma descoberta simples, sem mistérios, pois viram que tinham um amigo, que sempre estaria com eles. Estava começando o Movimento de Casais Jovens, sem nenhuma estrutura, sem estatutos.

Os onze casais saíram da Vila Betânia com o propósito de realizarem um encontro semanal, pois descobriram que a felicidade estava no outro e não no fechar-se em si mesmo. O amor que unia cada casal precisava transbordar. Assim, as reuniões começaram a se suceder semanalmente em uma sala da Igreja São Pedro. Logo, sentiu-se a necessidade de transmitir essa vivência, esta nova forma de amor e de vida para outros.

A partir daí, mais casais foram participando dos ECJs, e a necessidade de formalizar uma estrutura e responsabilidades foi aumentando. Já em 1977, o Movimento passou a contar com uma coordenação geral e, em 1979, foi elaborada uma primeira versão do Estatuto. Desde então, muitos casais, com a graça do Espírito Santo, participaram do Movimento e foram introduzidos na vida da Igreja.

O MCJ se consolidou na Paróquia São Pedro, e com o passar do tempo, sentiu-se a necessidade de levar o carisma do Movimento a outros casais, paróquias e municípios. Em 1991, foi aberto o segundo núcleo do MCJ em Montenegro – RS, na Paróquia São João Batista. Em 1995, já havia 05 núcleos, nas (Arqui)Dioceses de Porto Alegre e Montenegro (até então Arquidiocese de Porto Alegre), chegando a, por um período, ter um núcleo fora do Brasil, em Luanda, Angola, na Paróquia São João Batista da Cazanga.

Hoje o MCJ é formado por 43 núcleos: 38 no Rio Grande do Sul – distribuídos em 09 (Arqui) Dioceses (Porto Alegre, Montenegro, Passo Fundo, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Frederico Westphalen, Erechim, Osório e Uruguaiana); 2 núcleos na Arquidiocese de Florianópolis/SC, 2 núcleos na Arquidiocese de Curitiba/PR e 1 núcleo na Arquidiocese de Vitória/ES.

Estima-se que no início de 2024, o MCJ abrangia mais de 1.600 famílias, que buscam viver o Evangelho de Jesus Cristo em seu dia a dia.