A Exortação Apostólica “Amoris laetitia”, sobre a Alegria do Amor na Família, e a vivência de nossa Vocação Matrimonial.

Créditos: Waguinho Alcara

A Exortação do Papa é um “hino à família e ao matrimónio”! Com esta frase de Dom João

Lavrador, Bispo de Angra do Heroísmo, Açores, em Portugal, iniciamos esta nossa reflexão

sobre o novo documento do Papa Francisco que apresenta as conclusões de debates que

aconteceram em todas as dioceses do mundo, e em duas Assembleias do Sínodos de Bispos

que trataram de Família, em 2014 e 2015.

Conforme já apresentamos num post anterior, a Exortação Amoris

Laetitia é um documento muito rico e muito extenso, datado do dia 19 de março de 2016, dia

da festa de São José.


Ainda segundo Dom João, trata-se de um “documento que vai exigir muita aplicação pastoral”,

pois temos em mãos um texto “muito pastoral e prático que abre caminho para o que é a

preparação, a vivência, o acompanhamento e o reconhecimento verdadeiro do matrimônio”.

Muita expectativa foi gerada, principalmente pela imprensa não católica, uma vez que se

esperava mudanças em aspectos doutrinários sobre o Matrimônio, o que não aconteceu, e

nem poderiam ocorrer.

Sobre isso, nos falou o Cardeal Dom Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo, pois “algumas

pessoas esperavam nesse documento uma resposta final, fechada, talvez até com mudanças

de normas da Igreja Católica”. De forma geral, Dom Odilo explicou que “não há, no documento

do Papa, um ‘pode, não pode genérico’”. A palavra-chave, segundo o Arcebispo, e segundo o

próprio Papa, é discernimento.

O importante é percebermos que o foco do texto é o Amor no Matrimônio, que dá o título ao

Capítulo 4 do documento, o mais extenso de todos.

Neste capítulo, o Papa Francisco aborda a descrição do amor que está na Primeira Carta aos

Coríntios, capítulo 13, e vai mostrando como imitar aquele amor perfeito no âmbito do

Matrimônio.


Outro capítulo muito marcante para nós, casais do MCJ, é o capítulo 6, onde o Papa nos

apresenta Algumas Perspectivas Pastorais, abordando temas muito presentes em nosso

quotidiano, como a preparação de jovens casais ao Sacramento do Matrimônio, e o

acompanhamento dos casais nos primeiros anos da Vida Matrimonial.


Também se destacam os capítulos 5 e 7, que tratam dos filhos: a fecundidade e a educação. No

capítulo 8, o documento aborda temas como acompanhar, discernir e integrar a fragilidade.

Este discernimento é o foco dos dois últimos capítulos, sobre os quais o Cardeal Dom Odilo

destacou o solicitado pelo Papa ao analisar situações difíceis. Dom Odilo cita como exemplo os

casos de casais que já vivem juntos, porém sem o sacramento do matrimônio: “Provavelmente

existe ali algum motivo econômico, por exemplo, ou algum motivo cultural”, comentou o

arcebispo, que acrescentou: “O Papa diz que existem essas circunstâncias, mas que precisam

ser superadas”.

Dom Odilo também mencionou o momento da exortação em que o Papa pede misericórdia

quanto a esses casos específicos que afetam tantas famílias. A “lógica da misericórdia segundo

a qual a Igreja não exclui ninguém, Deus não exclui ninguém. A todos quer dar a possibilidade

de uma vida plena”.

Segundo o Cardeal, “a minha impressão primeira é essa: o Papa quis falar do matrimônio e da

família não a partir das exigências, mas de outro enfoque. Não fala a partir dos problemas.

Começa a falar daquilo que é bom, que é o amor. Eu acho que nisso o Papa é muito sábio. É

inútil querer tapar todos os buracos quando falta outra coisa, que é a motivação básico, a

alegria do amor, da família”.


Desejamos uma boa leitura a todos!

Autor: Sidnei e Karina



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